INSTRUÇÃO N°38.- PORQUE DEVEMOS APOIAR A FUNDAÇÃO ROTÁRIA
Jorge Bayter Lissa
Meus amigos e amigas:
Quero nesta instrução N°38, compartilhar convosco trechos do discurso pronunciado, há apenas uma semana, por José Antonio Salazar, perante os rotários de El Salvador, quando iniciava dizendo: “É para mim verdadeiro prazer saudá-los e encontrar-me uma vez mais com tantos queridos cúmplices na rota do serviço”.
A primeira coisa a ressaltar é que esse incansável viajante que vai a qualquer lugar semeando as sementes de Rotary e dando tudo de si sem esperar qualquer recompensa para além de "fazer amigos rotários em todo o mundo", iniciou novamente o seu habitual e esgotante apostolado antes do tempo previsto da sua incapacidade médica pós-operatória. Alegramo-nos com isso e convido-os a desfrutarem trechos do seu discurso que têm a ver com o tema:
Por que devemos apoiar a Fundação Rotária?
Permitam-me citar abaixo alguns pontos fundamentais que ilustram claramente a vantagem de promover a nossa Fundação.
A primeira razão para apoiar a nossa Fundação é a nossa comum visão moral do mundo que constrói a nossa confiança recíproca.
Apoiamos a Fundação porque nós confiamos entre nós os rotários, porque confiamos nela, porque sabemos que na nossa Fundação há transparência e rigorosa auditoria: O pior inimigo da ajuda de qualquer tipo é a dúvida que alguém possa ter sobre o destino que se dá aos recursos. Em muitos casos liderou os esforços humanitários que levaram a fornecer calçado, medicamentos e alimentos enlatados ... digamos, às forças armadas de um país africano.
Bill Gates queixava-se de que de cada dólar doado pela sua Fundação há uns anos, a um país faminto, para o programa de mitigação da fome apenas 0,7 centavos chegaram ao destino final. O restante ficou preenchendo outras ambições.
A nossa estrutura rotária garante que isso não acontece, porque desde o início são claramente formuladas as metas e objectivos de cada esforço, a cada uma das nossos maiores subvenções se faz um seguimento a fundo, e no caso das intermédias e das menores realizam-se auditorias selectivas. Aqui está uma poderosa razão para manter a nossa qualidade nos Clubes e a elevada qualificação moral que temos que exigir aos componentes do nosso quadro social.
Charity Navegator, a mais importante avaliadora de instituições de beneficência, outorgou-nos ano após ano as "4 estrelas", a mais alta classificação atribuída a este tipo de entidades.
Outra razão para apoiar a Fundação são os seus resultados no campo financeiro. Apesar das difíceis condições do mercado actual, e apesar da conjuntura que levou à ruína tantas corporações e entidades sem fins lucrativos, a Fundação está a recuperar terreno. Assim como não podemos atravessar o rio sem nos molharmos, assim a crise nos afectou. No entanto, graças a uma bem fundamentada e equilibrada política de investimento, até Setembro de 2010 teve um retorno de nossos investimentos de US $ 54 milhões. Em Dezembro de 2010, a receita líquida já era de US $ 88 milhões. Fechámos Fevereiro 2011 com US $ 104 milhões, com a expectativa de que Março nos vá deixar notícias ainda melhores.
Comparados os resultados dos últimos 4 anos, temos os seguintes números:
Entre 2007-2008 decrescemos US $ 44 milhões.
Entre 2008-2009 (colapso da economia mundial) decrescemos US $ 164 milhões.
2009-2010 a nossa carteira aumentou US $ 56 milhões.
Fevereiro 2011 a nossa carteira aumentou em comparação com a mesma data do ano anterior US $ 104 milhões.
Outra razão que justifica a nossa generosidade para com a Fundação é que a distribuição dos recursos que nós fazemos é equitativa e qualificada como excelente pelos avaliadores de risco: Como industriais e pessoas de negócios, vós estareis de acordo comigo em que a presença oportuna, no momento oportuno, com o produto adequado equivale a triunfar desde o principio. O nosso produto é o serviço. Ultimamente, a Fundação tem estado presente oportunamente no caso das tragédias no Haiti, no Chile e, recentemente, no Japão. Agora, esperamo-los na Colômbia para que ajudem mais de 2 milhões de pessoas afectadas pelas piores inundações nos últimos 100 anos.
Outra fortíssima razão é porque a Fundação é gerida e apoiada por voluntários. Os custos administrativos são mínimos e tratamos de supri-los com os rendimentos financeiros dos investimentos.
Podemos garantir aos generosos contribuintes como vocês que a doação não sofre erosão pelo caminho.
Levem em conta o seguinte: As doações médias anuais do Distrito 4130 são de $ 170 por pessoa. Isto significa que cada rotário deste distrito, um só rotário, cobre os custos de produção e entrega de 380 vacinas contra a pólio na Nigéria, o custo de alfabetizar durante um ano um jovem no mundo em desenvolvimento, por exemplo nas Honduras, ou para cobrir as despesas de estadia de três pessoas durante um dia num hospital de campanha numa zona inundada do Brasil ou da Colômbia. Estamos orgulhosos de apoiar a Fundação pelo seu alto nível de actualização, de colocação em dia. Porque sabemos que nela temos um foco actualizado centrado em estratégias muito definidas, que se orientam para a Educação, a Água e a Saúde e o Desenvolvimento Humano. Outras organizações continuam pondo em marcha programas que foram concebidos há muitas décadas.
Na nossa Fundação Rotária, o panorama é diferente, porque os dirigentes tomam tempo para planear e prevenir. Aproveitaram a primeira década do século XXI, para estudar em profundidade a melhor estratégia disponível para converter a Fundação num instrumento eficaz, de resultados tangíveis na tarefa de construir um mundo melhor.
O Plano da Visão Futura da Fundação Rotária do Rotary International é a nossa resposta aos desafios do mundo de hoje. O resultado do processo permite-nos identificar as áreas onde o terreno é particularmente fértil, a necessidade imensa e a oportunidade única.
As nossas seis áreas de foco são os terrenos onde decidimos partir para competir. Estas são as áreas que realmente desenvolvidas nos permitirão alcançar resultados convincentes num mundo que pede - que exige - que os que desfrutam de certas vantagens as devolvam às comunidades, multiplicando os seus dons e suas contribuições para o bem comum.
Certamente alguns poderão pensar, que é um espectro muito amplo, mas não pode ser de outra maneira para pessoas como nós de mente aberta e coração generoso, que estamos comprometidos com o futuro das nossas comunidades.
É um desafio, mas a vossa presença esta noite reafirma a minha fé de que podemos consegui-lo.
Outro grande motivo para estar aqui esta noite é porque a Fundação, a nossa Fundação, nos permite conservar os nossos privilégios. Filantropia deixou de ser uma obra de misericórdia para se converter numa estratégia de sobrevivência. Ou damos parte de nossos benefícios ou perdemo-los todos. Há na Royal Gallery em Londres um quadro que reflecte bem a nossa situação. É um rapazinho distribuidor de enchidos que pedala energicamente numa bicicleta com uma caixa de distribuição cheia de salsichas enquanto é perseguido por uma matilha de cães esfomeados, com os seus dentes ameaçadores. A criança vai atirando aos cães pedaços de comida para os entreter enquanto se afasta do perigo.
Essa e não outra deve ser a nossa atitude. Ou desprendemos de alguns privilégios compartilhando-os com os mais necessitados ou os mais desprotegidos do mundo nos derrubarão da bicicleta e perderemos tudo. A nossa Fundação dá-nos a oportunidade de o fazermos ordenadamente.
Por último e não por isso menos importante, como costuma dizer-se, devemos apoiar a Fundação como um grande instrumento de paz, é uma ferramenta que Rotary coloca nas nossas mãos para a construção da desejada Paz.
Quando se concebeu o Objectivo de Rotary "A Paz entre as nações, como consequência da amizade entre os homens" o mundo estava sensibilizado pela segunda Guerra Mundial e não se pensou então na paz no seio das nações que é hoje o grande problema que nos ocupa. Não é a guerra nas fronteiras é a guerra entre os nossos. Aqui temos que aplicar o nosso objectivo e a nossa acção Rotária.
Porque, meus amigos, não nos enganemos. A paz apenas é um modus vivendi, a paz não é um destino, é um caminho e só o podemos percorrer quando há oportunidades para todos. "A paz , como diz esse grande Rotário Luis Giay, é como o pão: temos que o cozer todos dias ".
Disse o mesmo rotário: "Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, a correr como a gazela, mas não aprendemos a conviver como irmãos."
Cabe aos líderes de agora corrigir as desigualdades herdadas aplicando os princípios da justiça social, que nos impõem dar a cada um a sua, e especialmente criando um novo mundo onde todos tenham a oportunidade de dar o melhor de si em seu próprio benefício e em benefício da comunidade.
Aproximemo-nos de Deus. Deus é inteligência. Na medida em que o homem é inteligente participa da natureza divina e na medida em que a aplica na melhoria das condições de vida participa no processo da criação. A Paz será o fruto.
Recuperemos a confiança em nós, nos nossos semelhantes.
Nesse dia os pássaros comerão na mão do homem.
Nesse dia nos abraçaremos uns aos outros.
Nesse dia florescerão rosas na boca das espingardas e as crianças não brincarão às guerras.
Nesse dia, as nossas mulheres ansiarão por serem mães e os homens terão tempo para o amor.
Nesse dia, as flores voltarão a perfumar nos jardins e não apenas nos cemitérios.
Com Kipling: "não invejaremos o destino do pássaro que voa para onde quer, mas o destino da árvore que morre onde nasce ... ..."
Isso é possível. Juntos podemos consegui-lo. Nesse dia, teremos cumprido a nossa missão na terra.
Que a paz esteja connosco.
Um abraço
JASC
Se algum rotário tinha dúvidas sobre a eficiência e eficácia da Fundação Rotária ou como vender a sua imagem para os outros não-rotários que se interessem por ela, aqui neste extraordinário e esclarecedor artigo, encontrarão a resposta. Não a desperdicemos e sigamos o exemplo.
Uma feliz semana para todos e um grande abraço.
Jorge E. Bayter
EGD D4270 2006-2007
Instrutor Distrital
Tradução para português por
Adelino de Lima Martins
RC da Maia
DR 1970
fonte: blog distrito4750