Em 1860 chegou por estas terras, a família Teixeira de Siqueira. Foram eles que marcaram o início das festas do Divino Espírito Santo em nosso Município. Embora sendo uma festa religiosa, foi esta festa, FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO, que deu origem a nossa tradicional Festa de Agosto, dando início a outras atividades como: quermesse, leilões, barraquinhas de vendas de especialidades locais, shows com pessoas da terra, etc.
O início das Festas do Divino aconteceu em maio de1863. Os filhos do casal Teixeira de Siqueira receberam das mãos da Srª Felicíssima em 1860, as “Relíquias Sagradas”, que se refere a Coroa e o Cetro do Divino Espírito Santo, chegadas de Portugal, com a recomendação de trazê-las para a Fazenda da Barra e entregá-las logo que possível à Igreja do Arraial e aqui continuarem as devoções tradicionais com as orações, novenários, visitas às casas de família e oratórios.
Assim fazendo, continuaram a cumprir a devoção, com procissões entre as fazendas.
Em 1863, uma filha de Dª Felíssima estava com um filho, de nome Pedro, muito doente e para alcançar a cura de seu filho ela prometeu ao Divino Espírito Santo que se o curasse, vestiria-o a caráter como Imperador da Guarda da Coroa e do Cetro Divino.
O menino sarou e a promessa foi cumprida, seu pai foi até a corte comprar a roupa, por lá pegou a febre amarela, voltou para casa e ainda assistiu a festa do Divino Espírito Santo com o 1º Imperador, seu filho, vestido com roupas belíssimas. Mas morreu logo em seguida, foi ele a 1ª vítima de febre amarela da nossa região. Em 1875 foram iniciadas as obras da Igreja Matriz pelo Padre José Guedes Machado, as relíquias foram a ele entregues para que a Igreja continuasse a devoção.
As Festas do Divino então passaram a acontecer no Arraial.
Em 1897 o Bispo Diocesano nomeou para vigário de Bom Jesus um padre português, de nome Antonio Francisco de Mello, Pe. Mello.
Chegando aqui, encontrando a devoção e a festa do Divino, ficou surpreso, pois era uma devoção igual a de sua terra natal, Portugal, procurou conservá-la e incentivá-la. Apenas transferiu a época de sua realização para o mês de Agosto, uma das razões foi devido ao término da colheita do café. Assim a Festa do Divino Espírito Santo recebeu o nome de “FESTA DE AGOSTO”.
Padre Mello acrescentou aos rituais da festa o hino “Alva Pomba”, de autoria de Padre Delgado, lá de Portugal, em honra do Divino Espírito Santo. Nas procissões a banda de música o executava e os fiéis cantavam, tradição que se perdura até hoje.
Padre Mello veio a falecer em 1947, no dia 13 de Agosto, em plena festa que tanto amava. Seu sepultamento aconteceu no dia 14, às 11 horas. Durante o percurso do corpo para o cemitério, a Lyra Operária Bonjesuense executava, incansavelmente, o hino ALVA POMBA, juntamente com uma multidão de amigos e fiéis prestando-lhe esta última homenagem.
A tradição religiosa da festa do Divino foi interrompida em 1955, sendo seu Imperador o jovem Jamil Figueiral Ribeiro. Em 1983 foi retornada a tradição da homenagem ao Divino Espírito Santo, sendo a primeira visita das relíquias uma homenagem ao Sr. Zico Camargo, por ter perpetuado em seu livro toda a história das relíquias sagradas. O Imperador foi o menino Carlowe Vidaurre Nassif.
A Festa de Agosto então voltou a ter o seu significado inicial.
fonte: Livro "Nossa Terra Nossa Gente", de Ana Cristina Boniolo de Oliveira e Ivana dos Santos Gomes
Este livro foi elaborado em 1999 e adotado em escolas de nosso município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário