28 de agosto de 2010

Meio bilhão de árvores derrubadas na Amazônia

MEIO BILHÃO DE ÁRVORES
DERRUBADAS NA AMAZÔNIA

Um aglomerado de tempestades que atingiu a
floresta amazônica em 2005 teria matado
cerca de 500 milhões de árvores, segundo um
estudo que será publicado na revista científica
“Geophysical Research Letters”, com coautoria
de cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pes-
quisas da Amazônia) e da Unesp.
A área do estrago é estimada em 9.000
km2 e equivale a quase uma Jamaica. É mais do
que tudo que foi desmatado na Amazônia em
2009. Com a destruição, a floresta teria deixado
de acumular 23% da média anual de carbono
em 2005.
Entre os dias 16 e 18 de janeiro daquele
ano, a linha de instabilidade se propagou do
sudoeste ao nordeste da Amazônia num sentido
único. Os temporais partiram da Bolívia em dire-
ção à ilha de Marajó. No caminho, ventos de até
145 km/h mataram gente em Santarém e Ma-
naus. “O aglomerado de tempestades tinha cer-
ca de 1.000 km de comprimento e varreu a flo-
resta durante dois dias”, afirma Carlos Raupp,
professor do Instituto de Física Teórica (IFT) da
UNESP e um dos co-autores do estudo.
É a primeira vez que os pesquisadores
calcularam quantas árvores um único evento
climático pode matar, segundo Jeffrey Cham-
bers, da Universidade de Tulane, um dos autores
do artigo.
Os cientistas usaram uma combinação de
imagens de satélite com estudos de campo para
estimar os prejuízos da tempestade. Tomaram
como base a região de Manaus. Só ali, a tem-
pestade derrubou entre 300 e 500 mil árvores,
o equivalente a 30% do desmatamento registra-
do em 2005 naquela área.
Com base nesses dados, os cientistas ex-
trapolaram os resultados para toda a bacia a-
mazônica. Apesar de natural, o fenômeno provo-
cou perdas maiores do que as esperadas pelos
autores. E o futuro pode ser ainda mais sombrio.
Com o aquecimento do planeta, tempestades
como esta devem se tornar mais frequentes.
A floresta entraria num círculo vicioso: ca-
lor em excesso mataria mais árvores, o que libe-
raria mais carbono no ar, aumentando o aque-
cimento. Resultado? A Amazônia ficaria ainda mais vulnerável
.
fonte: Informativo RC Lavras

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