O Poder da Vergonha Escola de Instrução Rotária do Rotary Club de Santiago del Estero
Ano 9 – Aula 5 - O Poder da Vergonha (corresponde a 1 de março de 2011)
No hemisfério sul, em Março, começam as actividades escolares. Primeira aula.... e ao longe divisamos uma alta figura, é nada menos que Frank Devlyn, Ex-presidente do RI, que vem ditar uma aula na Escola Rotária... Escutemos Frank:
"A inspiração original para este tema foi a seguinte citação de Paul Harris, de um artigo de "The Rotarian Magazine", Fevereiro de 1940: "Mas perguntamo-nos, deve o maior génio dos homens dedicar-se à ciência da guerra e não à ciência de evitá-la?"
Esta citação do Paul Harris fez-me reflectir que muitos líderes do Rotary, passados, presentes e entrantes, devem procurar formas inovadoras para promover um melhor entendimento entre os povos do mundo, através das próprias ferramentas que Rotary nos dá.
Depois da Convenção do RI de Copenhaga, fui convidado pelo rei Abdullah da Jordânia (sou o cônsul honorário do Reino da Jordânia no meu país, México) a assistir à II Conferência de Prémios Nobel da Paz em Petra, Jordânia.
O Prémio Nobel Elie Wiesel (escritor húngaro, sobrevivente dos campos de concentração, Prémio Nobel da Paz 1986) e o Rei Abdullah foram os coordenadores deste evento, juntos pela segunda vez.
Vinte e cinco dos galardoados do Prémio Nobel discutiram aberta e activamente entre si, com passados e presentes Chefes de Estado, líderes mundiais e muitos de nós, os aproximadamente 100 convidados e representantes dos meios de comunicação, o que eles sentiam que poderia fazer-se para promover a paz.
Houve muitas coisas que me impressionaram, como descobrir que quase todos os Prémios Nobel presentes tinham um grande respeito pelo Rotary International e dois deles foram rotários.
Um dos prémio Nobel, da Universidade da Colômbia, comentou o que chamou o "Poder da Vergonha". Basicamente, mencionou que muitas coisas sucedidas no passado nos deveriam fazer sentir envergonhados por não falarmos, envergonhados por não fazermos algo, envergonhados por permitirmos que se passasse algo que não estava bem, etc.
É obvio que se referia, por ser um foro sobre a paz, ao Holocausto e a outras atrocidades similares a que a maioria da sociedade simplesmente olhava para outro lado. Depois, tirou de toda a atrocidade e a injustiça que se cometem, o benefício de dizer à sociedade.... A culpa é tua por não fazeres algo!
Quando vejo problemas no mundo como o genocídio cometido no Darfur, Sudão e o sofrimento das pessoas que morrem de enfermidades como o sida e a malária, os milhões sem água potável, os milhões de meninos sem direito à educação, os milhões que poderiam ter recuperado a vista com uma simples cirurgia às cataratas, etc., etc., penso em "O Poder da Vergonha".
Quando vejo as dificuldades que põem às pessoas que tentam migrar de um país com pobreza ou conflito para aquele no qual esperam encontrar uma melhor forma de vida, penso em "O Poder da Vergonha”.
Quando me inteiro de que milhões de pessoas vivem com menos de um dólar por dia, penso em "O Poder da Vergonha”.
Todos nós também deveríamos considerar “O Poder da Vergonha” por não fazer algo.
“O Poder da Vergonha” pode aplicar-se em muitos casos, ao que acontece dentro das nossas famílias, da igreja, do país e do mundo empresarial.
Me alegro porque no Rotary temos muitas oportunidades, através dos nossos programas semanais, Conferências Distritais, Institutos de Zona, convénios, subvenções humanitárias, educativas e bolsas de estudo de paz, onde o génio das pessoas no Rotary poderia criar consciência sobre uma situação onde “O Poder da Vergonha” nos ajude a evitar alguma atrocidade ou injustiça perto ou longe de casa.
Vergonha de nós na família rotária, se não usarmos essas oportunidades.
Frank J. Devlyn
Presidente do RI, 2000-2001 - Chairman FR 2005/2006.
A Escola Rotária agradece ao Presidente Frank a sua colaboração.
Tradução para português por Adelino de Lima Martins RC da Maia DR 1970
fonte: blog do distrito 4750